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26 de fev. de 2013

Álcool e Câncer.

Dra. Nora Manoukian Forones
Prof. livre-docente da Disciplina de Gastroenterologia Setor de Oncologia UNIFESP-EPM
Publicado em: 31/10/2008
Última atualização: 09/10/2008


Qual o efeito do álcool?

O álcool provoca mutações no DNA da célula. Produto do metabolismo do álcool, o acetaldeído também aumenta o risco de mutações celulares, além de impedir a inativação de aldeídos endógenos produzidos normalmente pelas células. A microflora oral também favorece a inativação de acetaldeídos.
Alterações genéticas da enzima aldeído desidrogenase podem favorecer a produção de acetaldeídos e explicar por que alguns indivíduos desenvolvem doenças relacionadas ao álcool e outros não. Há muitas evidências que mostram um sinergismo entre álcool e fumo. Isso se deve à quantidade de acetaldeído presente nos cigarros, que se dissolvem na saliva durante a ingesta alcoólica acompanhada do fumo.
O tabaco também altera a flora oral, favorecendo ao aumento dos níveis de acetaldeído na saliva. Por outro lado, a ingestão de vegetais, ricos em antioxidantes como a vitamina C e o B-caroteno, parece diminuir os efeitos nocivos do álcool e do fumo sobre os danos do DNA. Os folatos podem promover reparo do DNA que sofreu alteração.

O que o álcool pode ocasionar no aparelho digestivo?

O álcool no aparelho digestivo é responsável por várias doenças, além do aumento do risco de câncer. Após a sua ingestão ele diminui o tônus do esfíncter esofágico inferior (músculo entre o esôfago e o estômago), propiciando refluxo gastroesofágico. Além disso, aumenta o risco de vômitos e de alterações da mucosa do esôfago. No estômago, o álcool pode alterar a secreção gástrica e a motilidade. No intestino delgado pode ocorrer diminuição da absorção pela mucosa, com aparecimento de diarréia.

O álcool também é causa de doenças hepáticas como a hepatite alcoólica e a cirrose hepática, que podem causar a morte. A cirrose ocorre em 10% dos indivíduos que fazem uso de mais de 100g de etanol/dia por 10 anos e em 30% dos que usam essa mesma quantidade de etanol por um período de mais de 20 anos. Oitenta gramas de álcool na mulher e 100g no homem podem também provocar lesões do pâncreas, como pancreatite crônica e aguda.

Quais níveis de álcool são considerados toleráveis a ponto de não causarem câncer?

As bebidas alcoólicas têm doses variadas de etanol. Um/1 copo de vinho (120ml) tem 11g de etanol, 1/uma lata de cerveja (350ml), 12g de etanol e uma/1 dose de uísque ou cachaça (30ml) tem 10g de etanol. Cada 22g de etanol é considerada 1 unidade. É considerado etilista leve quem faz uso de 1 a 8,9 unidades de etanol/semana, moderado de 9 a 17,9 unidades de álcool por semana e grave ou pesado quem faz uso de mais de 18 unidades por semana.

Estudos mostram que moderados e graves consumidores de álcool têm maior risco de câncer. As mulheres são mais sensíveis que os homens. Isso quer dizer que quantidades menores de álcool reproduzem na mulher mais efeitos indesejados. O álcool aumenta o risco de câncer, mas diminui o risco de doenças cardiovasculares, por isso recomenda-se que seja usado em pequenas quantidades (uma a duas doses ao dia, lembrando-se que a mulher é mais sensível que o homem).

Doses excessivas podem aumentar o risco de câncer e de outras doenças e devem ser evitadas. Mundialmente o alcoolismo é um problema de saúde pública. Em nosso país soma-se o fato da cachaça ser uma bebida de alto teor alcoólico, de baixo custo e de fácil aquisição.

Que tipos de câncer o álcool pode causar? O uso combinado de álcool e tabaco aumenta o risco de tais tipos de câncer?

O câncer é hoje umas das principais causas de morte e morbidade. Mundialmente, são diagnosticados por ano 10 milhões de pacientes com câncer e aproximadamente 6 milhões morrem pela evolução da doença. Aproximadamente 40% desses tumores estão relacionados a fatores externos como dieta, álcool, fumo, vida sedentária e infecções. O álcool e o fumo agem sinergicamente e aumentam o risco de câncer de boca, laringe, faringe e esôfago, além de pâncreas e pulmão. Oitenta por cento dos homens e 60% das mulheres com câncer de boca são fumantes e etilistas. O carcinoma espinocelular de esôfago é ainda o tipo mais freqüente em nosso meio. Acontece principalmente nos terços proximal e médio do esôfago, sendo relacionado na maioria das vezes ao tabagismo e ao eti¬lismo. O fumo aumenta o risco de carcinoma espinocelular de esôfago em 3 a 8 vezes, o álcool em até 18 vezes. A associação fumo e álcool torna esse risco 44 vezes maior.

Os tumores que acometem o fígado são na maioria das vezes metastáticos, provenientes de cânceres do aparelho digestivo, mas também de outros, como mama, ovário, rim, etc. O hepa¬tocarcinoma é o tumor primário de fígado mais freqüente. Em nosso meio, a maioria dos doentes com hepatocarcinomas é portador de hepatopatia crônica. A infecção pelo vírus B e C da hepatite ou a cirrose alcoólica são os principais fatores de risco desse câncer.

Os indivíduos que fazem uso de altas doses de álcool (>100g de etanol/dia) também têm maior risco de câncer de reto e de vesícula. Nos demais cânceres do aparelho digestivo, como estômago, cólon ou pâncreas, não há um consenso se o alcoolismo aumenta o risco dessas doenças.

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